O Dia do Pai*
Eu sei que todos os anos festeja-se o Dia do Pai, e sei que, todos os anos, será mais um dia difícil de enfrentar!
O primeiro Dia do Pai, sem o pai cá, foi complicado... já o sabia de antemão que seria. O padrinho {ou Pai...drinho, como costumo chamar} marcou presença nos festejos da creche para que o Gonçalo não sentisse a ausência da sua figura masculina.
Este ano, o segundo ano, pensei que seria mais fácil encarar esse dia, mas a ferida demora a cicatrizar, e ao mais pequeno toque, lá volta a sangrar...
Hoje, um dos meninos da escolinha dele chegou ao pé de mim e mostrou-me um trabalhinho que a professora {que não é a do Gonçalo, por isso não sei se ele terá algo do género ou diferente} enviou para que elaborasse com o pai.
As mãos de ambos pintadas numa folha. Achei amoroso.
Na inocência dele {se bem que ele já sabe que o pai do Gonçalo não está cá} perguntou-me se o Gonçalo também iria fazer o trabalho. Por uma fração de segundos fiquei sem resposta.
"Não sei", respondi.
Hoje, um dos meninos da escolinha dele chegou ao pé de mim e mostrou-me um trabalhinho que a professora {que não é a do Gonçalo, por isso não sei se ele terá algo do género ou diferente} enviou para que elaborasse com o pai.
As mãos de ambos pintadas numa folha. Achei amoroso.
Na inocência dele {se bem que ele já sabe que o pai do Gonçalo não está cá} perguntou-me se o Gonçalo também iria fazer o trabalho. Por uma fração de segundos fiquei sem resposta.
"Não sei", respondi.
Tal como não sei como será daqui para a frente sempre que houver o Dia do Pai {ou qualquer outra atividade ligada ao pai}. Não sei como lidarei com tudo isso.
Sei que me sinto impotente por não puder dar ao meu filho aquilo que ele merecia. Um pai fisicamente presente {porque espiritualmente não tenho dúvidas que esteja sempre com ele}. O seu companheiro para a vida, aquele que faria os trabalhos da escolhinha com ele. Que o iria buscar à escola. Que o esperaria na porta do prédio. O levaria às cavalitas ou o atiraria ao ar, como tantas vezes fazia.
Sei que me sinto impotente por não puder dar ao meu filho aquilo que ele merecia. Um pai fisicamente presente {porque espiritualmente não tenho dúvidas que esteja sempre com ele}. O seu companheiro para a vida, aquele que faria os trabalhos da escolhinha com ele. Que o iria buscar à escola. Que o esperaria na porta do prédio. O levaria às cavalitas ou o atiraria ao ar, como tantas vezes fazia.
O Gonçalo ainda é pequeno para ter percepção dessa ausência física do pai, mas um dia... aquele dia.
Acredito que na altura saberei o que dizer, o que fazer. Tenho plena consciência de que tudo se resolve a seu tempo. Sei disso tudo, mas... há coisas que por mais que se saiba, doem para lá do imaginável!
Acredito que na altura saberei o que dizer, o que fazer. Tenho plena consciência de que tudo se resolve a seu tempo. Sei disso tudo, mas... há coisas que por mais que se saiba, doem para lá do imaginável!
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