Os queixinhas

Li, na revista Activa, a crónica de Rodrigo Guedes de Carvalho, sobre "Os queixinhas de barriga cheia" e dei por mim a abanar com a cabeça afirmativamente e a sorrir tal é a veracidade do que lá está escrito...

É a mais pura verdade que somos um povo que passa a vida a lamentar-se... se nos perguntam se "está tudo bem", a resposta que ouvimos, na maioria dos casos, é um "vai-se andando", "mais ou menos"... 

Já usei esta resposta muitas vezes, por sentir, verdadeiramente, na pele que "ia-se andando", porque, efetivamente, tinha de andar com a minha vida para a frente... porque não podia responder "está tudo bem", quando não estava...

Depois, fui pensando nessas minhas respostas {que muitas vezes, eram as mais expetáveis para quem me perguntava como eu estava} e pensei que "ir andando" era uma resposta vazia, era uma resposta "depressiva" e obriguei-me a mudar... já não respondo dessa forma, não que esteja "tudo bem", porque nunca estará, as cicatrizes ficam para a vida, mas porque sinto que tinha de deixar essas lamentações para tentar sair deste abismo que me consumia...

Reclamar, lamuriar-me, só me fazia mal, só piorava a minha situação... tive de absorver essa dura informação de que, há acontecimentos contra os quais não posso fazer nada... e o que aconteceu é um deles!

Claro que há dias em que me queixo do rumo que a minha vida tomou, que não me apetece compactuar com isso e muito menos aceitar... mas, também sei que são esses dias que me ajudarão a reerguer-me e continuar... tento que esses dias não se tornam recorrentes na minha vida... há {e haverá sempre} altos e baixos ao longo da vida, mas tento optar por encarar os desafios da vida de coração cheio... de amor e otimisto!

É um trabalho diário, é um exercício que requer tempo e dedicação, porque acredito que passar a vida a queixar-se não é a melhor opção... destrói-nos nas mais diversas dimensões do nosso eu.... 

Infelizmente, o povo português é muito dado ao queixume.... Temos sempre a tendência em ver o copo meio vazio, a amaldiçoar a sorte que nos calhou, a reclamar do frio, do calor, da chuva, do trabalho ou da falta dele... acredito que já seja algo genético, contra o qual é importante lutar para não vivermos nessa lamúria constante... para deixarmos de ser uns queixinhas...

Confesso, que ando cada vez menos com paciência para esse tipo de pessoas, que nunca estão bem, em que nada agrada, em que se queixam de tudo e mais um par de botas, em que tudo parece que corre mal, quando na verdade {alguns} até são uns privilegiados... 

Guardemos essa nossa energia, nessa arte de sermos queixinhas, 
para saborear melhor a vida...

Comentários

Su disse…
Cá está aquela força de que te falava, a prova de que tu és uma guerreira! Linda 💗💖
Josiana Leal disse…
Obrigada minha Su* 💗

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