A arte subtil de dizer que se fod@ #1

Comecei a ler o livro de Mark Manson, "A arte subtil de saber dizer que se fod@" e tem sido uma deliciosa aventura. Cada capítulo transmite um ensinamento, apresenta a realidade nua e crua, numa linguagem divertida e simples. Mostra-nos que a nossa felicidade reside, muitas vezes, num que se fod@ que não se disse.

É libertador

Quando o autor refere essa arte subtil, não quer com isso dizer que temos de andar por aí a dizer que se fod@ como se não houvesse amanhã. Nada disso. Esta expressão deve ser encarada mais como uma forma de aceitação daquilo que não podemos mudar. Como uma forma de libertação. Muitas vezes, ficamos presos a determinado assunto demasiado tempo, o que nos vai magoando todos os dias, nos consumindo. E parece que a vida encrava ali. Mas, no momento em que decidimos dizer "oh que se fod@, seja o que Deus/a vida quiser", parece que a coisa, assim como por magia, se resolve naturalmente. Quem nunca?

E muito isso que o livro apresenta. Uma forma de vermos a vida com outros olhos. Uns olhos mais límpidos. Um olhar mais simplista. Uma visão mais otimista da vida, mesmo quando esta teima em turvá-la.

O livro ensina-nos a não estarmos constantemente a reclamar de tudo. Ensina-nos a seremos menos exigente conosco e com os outros. Basicamente, preconiza a arte de simplificar. De não criar expectativas irrealistas. De não vivermos focados no que nos falta, mas sim agradecer o que temos {ou tivemos}.

A vida é, e será, sempre feita de altos  baixos. E o importante é aprender a viver com a consciência disso. Aprender a viver com a dor. E, saber utilizar essa dor para crescer. Amadurecer.

Tenho procurado incutir isso na minha vida. Na forma como a vejo e a vivo. Descomplicar. Agradecer o que tenho. O que tive. Parar de me lamuriar. E aceitar. 

Quando escrevo esta palavra - aceitar - não posso deixar de sorrir. Porque, inevitavelmente me vem à memória as inúmeras conversas com a psicóloga e todas aquelas vezes em que se falou das fases do luto. Aquelas cinco fases - a negação, a raiva, a negociação, a "depressão" e a aceitação - pelas quais é fundamental passar para se ter um luto saudável. E tantas vezes, acreditei que nunca chegaria à aceitação. Parecia-me algo longínquo. Inatingível.    

Mas uma vez, a vida a mostra-me que tudo se resolve. Tudo a seu tempo. A vida não deve ser vivida à pressa. Tenho dias em que sinto que a minha parou. Mas depois, releio os meus textos. Revejo os momentos da minha vida, e sinto que, passo a passo, ela lá se vai resolvendo. 

Não é algo fácil de se atingir. É algo que requer muita resiliência, muito esforço, muita paciência. Mas, lá fui aprendendo a preocupar-me menos com aquilo que não posso mudar. Evitando aquele discurso de lamentações e vitimização. Optando para que a minha vida seja vista como um exemplo de superação, porque acredito que é muito mais difícil sair da cama e fazer-se à vida do que passar os dias a queixar-se dela.

Não sou melhor do que ninguém. Simplesmente procuro ajustar a minha vida às dificuldades que vou encontrando ao longo do meu caminho. Vou me fortalecendo a cada batalha. Vou, cada vez mais, praticando a arte subtil de dizer que se fod@

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