Sobre o saber escutar**

Há tempos, escrevi [aqui] sobre a capacidade de sabermos escutar o outro. De termos uma escuta empática. 

Há tempos, conversava com a minha Su* e, num dos meus desabafos, confidenciei a minha dificuldade em conseguir lidar com as cores que visto. Brancos, pretos, cinzentos, azuis invadem o meu guarda-roupa. Por mais que saiba que essa ideia do luto não se reflete nas cores que escolhemos, por mais que tenha consciência que vestir vermelho ou preto, o sentimento permanece intacto, por mais que saiba isso tudo, a verdade é que não tenho conseguido vestir certas cores. Não tenho conseguido sair à rua com uma cor mais colorida. Sinto que estou a transmitir ao mundo que o esqueci. Parvoíce, eu sei. Nunca o esquecerei, vista eu a cor que vestir. Mas, sou muito assim. Infelizmente.

No entanto, tenho sentido que essa dificuldade, pesa. Pesa na vida. Pesa no meu estado de espírito. Pesa na forma como me vejo ao espelho. 

Confidenciei isso, numa das nossas inúmeras conversas. Aquelas conversas de desabafo. Aquelas conversas que descarregamos um peso das costas, que limpamos a alma e percebemos que do outro lado está alguém que sabe escutar. Confidenciei que o rosa é o meu calcanhar de Aquiles. Adoro rosa, mas não tenho conseguido. Às vezes, visto algo rosa, e volto a tirar. 

{Tenho perfeita noção que se o Jorge pudesse dar-me um puxão de orelhas, ele daria. Nunca ligou a essas coisas. Mas, nisso das emoções é tudo muito complicado.}

E mais uma vez, a minha Su* mostrou-me a razão de ser das poucas pessoas a quem eu abro o meu coração. Porque simplesmente, ela sabe escutar, enquanto muitos apenas sabem ouvir. 

Obrigada pelo presente. Obrigada pelo incentivo. 

Prometo que o vou usar 




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