Conectar-se*

Nada é por acaso. Já o escrevi aqui muitas vezes. E cada vez acredito mais nisso. Há dias, quando fui buscar o meu filho, ele estava em casa do meu primo a brincar com o filho dele. 

Conversa puxa conversa, e saí de lá com mais um livro: "Philosopher et méditer avec les enfants" {Filosofar e meditar com as crianças}. Um livro inspirador, que nos mostra que as crianças conseguem ser bem mais sábias que muitos adultos. Conseguem ver a essência da vida. A pureza delas ainda permanece intacta. A verdade nas palavras. O olhar límpido sobre o amor, a felicidade, a tristeza.

O livro é delicioso. Apresenta os diálogos que aconteceram entre o professor e os alunos nas aulas de meditação e filosofia. Aulas cheias de vida. De conhecimento. 

"Reconheci a felicidade através do barulho que ela fez ao ir embora!

Esta frase marcou-me. Os comentários das crianças mais ainda. "Quando a tristeza chega, repensamos na felicidade e no quão bom era antes.", respondeu um menino. "Significa que quando deixamos de ser felizes, ouvimos os passos da felicidade a ir embora!", dizia outro.

É mesmo isso. Haverá melhor descrição vinda da boca de crianças de 10 anos? Atrevo-me a dizer que não. Quem perdeu parte da sua felicidade, sabe que ela faz muito barulho quando se vai embora.

Faz demasiado barulho.

O livro aborda muitos temas que, a priori, não se pensariam que crianças conseguiriam debater com tanta clareza. E é, de facto, encantador.

O livro também vem acompanhado por um CD com meditações guiadas.

Sempre tive curiosidade em saber mais sobre o mundo da meditação, do mindfulness. Já li imenso sobre o assunto. Já estive para me inscrever em sessões de meditação, de reiki. Mas, depois acobardo-me, e não vou. Por isso, quando vi que havia um CD, decidi experimentar. Quem sabe se não é o "empurrão" que me falta para começar.

Acomodei-me, segui as instruções e deixei-me ir ao som das palavras. É curioso o que sentimos. Nervoso miudinho. Agitação. Ainda abri os olhos umas duas ou três vezes. Mas, a verdade é que a determinada altura, o corpo descontrai. Surge a leveza. A sensação de vazio. De sossego. A nossa atenção foca-se na nossa respiração. Os pensamentos passam por nós. Muitos pensamentos. Há, sem dúvida, uma tranquilidade que vai emergindo. 

Os meus cinco minutos de meditação não foram feitos não perfeição. Senti que estava agitada. Que não estava totalmente conectada. Mas, quero muito repetir e, desta vez, mais centrada em mim. 

A sensação com que se "desperta" é tão libertadora. Imagino o que será quanto praticamos a meditação com mais disciplina. Deve ser único.

E tão importante pararmos 5 minutos que sejam da nossa {agitada} vida para conectarmo-nos conosco. Para pensar em nós. Para simplesmente descontrai de todos os estímulos com que somos bombardeados no nosso dia a dia.

{Boa quinta-feira}

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