Meditação**

Enchi-me de coragem e fui...

Ontem, tive a minha primeira {de muitas, espero} aula de meditação

Infelizmente, ainda existe muito o preconceito pelas terapias alternativas. Pelas terapias orientais. Trabalhar a parte emocional é vista com apreensão pela maioria da nossa sociedade. Principalmente, nos meios mais pequenos. E é uma pena, porque é muito importante cuidarmos das nossas emoções. Vamos ao ginásio. Treinamos para ficarmos em boa forma física. Temos cuidados com a alimentação. Mas, descuramos muito da nossa parte emocional. 

Ontem, tomei verdadeiramente consciência disso. De como a minha parte emocional está tão mal cuidada. 

A meditação que fiz, era uma meditação guiada, que visava trabalhar a harmonia e a cura interior, nomeadamente as emoções, o desapego e o amor-próprio

Ia apreensiva, confesso. Mas, mal entrei no espaço senti uma paz invadir-me. Aquele silêncio. Aquela calma no olhar e nas palavras da professora eram apaziguadores. Instalei-me. Nervosa. Sentia que tinha as minhas emoções prontas a sair a qualquer momento. 

E assim foi. Não tive um início de meditação fácil. Muito desconforto. Inquietação. Não conseguia manter-me deitada de olhos fechados. Não conseguia mesmo. Entretanto, a professora veio ter comigo e ajudou-me a relaxar, e aí deixei-me invadir pela aquela paz, pelas palavras, pelos sons... e as emoções começaram a transbordar. 

Chorei como já não chorava há meses. Ainda choro quando aqui escrevo esta minha experiência. Tantas emoções enclausuradas dentro de mim. Tanta, que nem eu tinha consciência disso. 

A meditação guiada que fiz no domingo, fez-me perceber que tenho ainda muita coisa para "arrumar". O medo, o desapego, o amor-próprio, as amarguras... fez-me ter mais clareza sobre o verdadeiro estado do meu eu. Que, digamos, não está bem tratado. E como é possível não tratar bem uma coisa que é minha??

Ao longo da meditação, para além de perceber que os meus pensamentos passam a vida atormentar-me, e que tenho de fazer um esforço para me conetar ao que realmente interessa, percebi também que carrego muito "peso". Que tenho de aprender a viver a vida com mais leveza. De forma consciente, mas sobretudo inconsciente. Que posso saber controlar as minhas emoções, mas que não as sei tratar como elas devem ser tratadas. Que preciso de aceitar que ficar triste perante os outros não é mau. E que as emoções são para ser vividas, sentidas e exploradas. 

E ao explorar as minhas emoções, poderei trabalhar outros aspetos da minha vida, como o desapego. O saber deixar ir. Saber aceitar que na vida nada é eterno e que temos de saber deixar partir. Mantendo o amor, mas soltando as amarras. É tão difícil pôr em prática o desapego. Dói tanto sentir que é preciso deixar ir e seguir o nosso caminho. Seguir a nossa viagem, que já não é aquela que idealizamos. Que foi perdendo aquele brilho que nos fazia trilhar o caminho com outro alento. Porque o caminho é mais penoso. Requer mais de nós. Muito mais. Requer acima de tudo, amor-próprio. Aquele amor que vamos desprezando pelo nosso amor aos outros. Aquele amor que é o combustível para sabermos amar {plenamente} os outros, mas que vamos deixando para depois. 

A meditação fez-me ver isso com outros olhos. O quão tenho cuidado pouco de mim. E não falo em cuidar esteticamente, mas sim cuidar de mim, enquanto pessoa, enquanto mulher. Ontem, senti que tive uma hora para cuidar, verdadeiramente, de mim. Senti que me fez um bem danado. Senti que saí de lá mais leve. Mais calma. Mais consciente do que realmente preciso. E, sobretudo, sem medo de o mostrar. 

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